Os Maiores Erros que os Portugueses Cometem com Dinheiro
Gerir bem o dinheiro continua a ser um desafio para muitas famílias portuguesas. Neste artigo, exploramos os erros financeiros mais comuns cometidos em Portugal — desde a ausência de orçamento, o uso impulsivo do crédito, até à falta de poupança para imprevistos. Ao identificar estes comportamentos e compreender as suas consequências, oferecemos estratégias práticas para evitá-los e melhorar a sua saúde financeira. Se quer tomar decisões mais conscientes e garantir um futuro económico mais estável, este guia é para si.
5/22/20254 min read
Gerir bem o dinheiro é um desafio que atravessa gerações e contextos. Em Portugal, muitos dos problemas financeiros enfrentados pelas famílias e indivíduos estão relacionados com hábitos enraizados, falta de educação financeira e uma gestão pouco planeada dos recursos. Neste artigo, vamos analisar os erros financeiros mais comuns cometidos pelos portugueses e oferecer soluções práticas para os evitar.
1. Falta de Planeamento Financeiro
Um dos erros mais frequentes é a ausência de um orçamento mensal. Muitos portugueses não sabem exatamente quanto ganham e quanto gastam, o que dificulta o controlo das finanças pessoais. Sem um plano, é fácil cair em dívidas ou gastar mais do que se ganha.
Como evitar:
Crie um orçamento mensal, anotando todas as fontes de rendimento e despesas.
Use ferramentas simples como folhas de Excel ou aplicações de gestão financeira.
Reveja o orçamento todos os meses para ajustar os gastos e manter o equilíbrio.
2. Viver Acima das Possibilidades
O crédito fácil e o desejo de manter um estilo de vida elevado levam muitas pessoas a gastarem mais do que podem. Comprar carro novo a prestações, usar cartões de crédito para consumo não essencial e acumular empréstimos são sinais de que se está a viver acima das possibilidades.
Como evitar:
Priorize as necessidades em vez dos desejos.
Reflita antes de fazer compras por impulso, especialmente se forem financiadas a crédito.
Pratique a simplicidade e viva dentro dos seus meios.
3. Falta de Poupança Regular
Poupar é muitas vezes visto como algo secundário ou apenas possível para quem tem altos rendimentos. No entanto, mesmo com um salário médio, é possível criar um hábito de poupança.
Como evitar:
Estabeleça um valor fixo para poupar todos os meses, nem que sejam 20 euros.
Automatize transferências para uma conta poupança.
Defina objectivos de poupança concretos (fundo de emergência, férias, reforma).
4. Uso Irresponsável do Cartão de Crédito
Muitos portugueses utilizam o cartão de crédito como uma extensão do salário. O problema surge quando o saldo não é pago na totalidade e começam a acumular-se juros elevados.
Como evitar:
Use o cartão de crédito apenas para emergências ou compras planeadas.
Pague sempre o saldo total dentro do prazo.
Evite ter mais do que um cartão de crédito activo.
5. Ausência de Fundo de Emergência
Imprevistos como avarias no carro, despesas de saúde ou perda de emprego acontecem. Sem uma reserva financeira, estas situações levam frequentemente ao recurso ao crédito.
Como evitar:
Crie um fundo de emergência com pelo menos 3 a 6 meses de despesas mensais.
Guarde este fundo numa conta de fácil acesso, mas separada da conta do dia a dia.
Reforce este fundo sempre que possível.
6. Não Investir
Guardar dinheiro debaixo do colchão ou numa conta à ordem não permite crescimento patrimonial. A inflacção reduz o poder de compra ao longo do tempo, e o dinheiro parado perde valor.
Como evitar:
Informe-se sobre produtos de investimento como certificados de aforro, fundos, PPRs ou ETFs.
Comece com investimentos de baixo risco e diversifique a carteira.
Considere consultar um consultor financeiro independente.
7. Falta de Educação Financeira
A maioria dos portugueses não recebeu formação financeira na escola. Isso leva a decisões mal informadas, como aceitar produtos bancários pouco vantajosos ou desconhecer as taxas associadas a créditos.
Como evitar:
Invista tempo a aprender sobre finanças pessoais: livros, podcasts, blogs, cursos online.
Acompanhe sites institucionais como o Portal do Cliente Bancário (BdP).
Partilhe conhecimento com familiares e amigos.
8. Adiar a Reforma
Confiar exclusivamente na pensão do Estado pode não ser suficiente para manter o padrão de vida desejado na reforma. Muitos começam a pensar na reforma demasiado tarde.
Como evitar:
Comece a poupar para a reforma o mais cedo possível, mesmo com valores baixos.
Utilize produtos como PPRs (Planos Poupança Reforma) com benefícios fiscais.
Simule quanto vai precisar mensalmente quando se reformar.
9. Descurar Seguros Essenciais
Muitas famílias portuguesas apenas têm os seguros obrigatórios (como o do carro). No entanto, seguros de saúde, vida ou multirriscos podem evitar prejuízos financeiros significativos.
Como evitar:
Avalie os riscos que corre e os impactos que poderiam ter nas suas finanças.
Compare propostas de diferentes seguradoras.
Actualize os seguros regularmente conforme as mudanças na sua vida.
10. Falta de Diálogo Familiar sobre Finanças
As questões financeiras ainda são tabu em muitos lares portugueses. A falta de comunicação leva a conflitos, desconhecimento de situações financeiras e descoordenação nas despesas.
Como evitar:
Marque reuniões familiares regulares para falar de dinheiro.
Envolva todos os membros adultos na tomada de decisões financeiras.
Eduque as crianças desde cedo sobre a importância do dinheiro.
Conclusão
Evitar estes erros não significa tornar-se um expert em finanças, mas sim adoptar uma atitude consciente e proactiva em relação ao dinheiro. Com um pouco de disciplina, informação e planeamento, é possível melhorar significativamente a saúde financeira. Não é tarde para mudar hábitos e começar a construir um futuro financeiro mais seguro e tranquilo.